POA CIA de DançaPOA CIA de Dança

EU ESTIVE AQUI é o espetáculo de dança da Cia portoalegrense que já nasceu internacional. Fruto do intercâmbio com o coreógrafo escocês, radicado na Alemanha há 20 anos, Mark Sieczkarek, foi concebido no RS e teve sua estréia na Alemanha, em Wuppertal – sede do Tanztheater de Pina Bausch, percorrendo outras cidades do estado de Nordrhein-Westfallen. Com surpreendente recepção pelo público e crítica, está finalmente disponível para todos os públicos.

Um espetáculo alegre, intenso, que resgata componentes do ballet, com deslocamentos simétricos e precisos; mistura signos universais e alguns movimentos que lembram as Gueixas na cultura japonesa. Toda essa mistura resulta numa dança contemporânea original. Uma celebração que provoca no público a vontade de subir no palco e se entregar para a dança.  São 50 minutos de um ritual mágico, hipnótico, embalado pelo Cordel do Fogo Encantado, Caetano Veloso, Naná Vasconcelos.

Sinopse

A segunda coreografia de Mark Sieczkarek para a PORTO ALEGRE CIA DE DANÇA é inspirada na observação da eterna e infrutífera tentativa humana de aprisionar o tempo.

EU ESTIVE AQUI questiona a criação de identidades que delimitam o sem fronteira e mascaram o fato de pertencermos a um organismo vivo, o planeta Terra. No espetáculo temos um aprofundamento da busca humana, independentemente de local e tempo. A vontade de perpetuar o momento, que quando representado já não existe mais. EU ESTIVE AQUI aponta para o eterno que há em cada instante e traz para o palco a intensidade do momento presente, tão presente na dança, efêmera por natureza.

São movimentos que remetem a uma língua oculta, talvez ancestral, repleta de significados, um desejo oculto de comunicar a impossibilidade de compreender. Uma incompreensão que muitas vezes gera o impulso por deixar uma marca, ainda que seja uma cicatriz no planeta, um grito estático – EU ESTIVE AQUI.

A obra revela um caminho para a transcendência, a entrega com totalidade celebrada pela dança coletiva.

Cenário

O cenário de EU ESTIVE AQUI é composto por quatro painéis de 6m de altura por 10m de comprimento, que compõem uma caixa cênica delimitadora da ação. São 240 m2 pintados a mão pelo artista polivalente Mark Sieczkarek, em colaboração com apoiadores da Companhia. A representação de flores e sementes remete à diversidade da flora brasileira e esta harmonia cria um contraste com as marcas no planeta, deixadas pelo homem. A textura translúcida dos painéis promove mergulhos sensoriais, induzidos pelas trocas de luz.

Figurino

Os figurinos seguem o mesmo padrão do cenário, representando a harmonia existente entre as pessoas e o meio. Um organismo vivo de constante troca, que influencia e é influenciado por seus seres. Concebidos pelo também estilista Mark Sieczkarek, foram viabilizados e produzidos a partir das soluções criativas da costureira Neusa Guidotti.

Cenário e figurinos foram criados para proporcionar ao espetáculo uma atmosfera que remete o espectador à sensação de comunhão com a natureza e para que ele possa, ao final, sentir ter participado de um ritual mágico.

Música

A trilha sonora foi resultado de pesquisa interativa entre os movimentos que surgiam e as batidas marcadas da percussão. Mark Sieczkarek comenta que aprendeu a língua portuguesa de tanto gostar e ouvir a música brasileira. Esse conhecimento se mostra profundo quando ele nos apresenta músicas de Caetano Veloso, pouco conhecidas até mesmo dos fãs. O tema do espetáculo foi criado com uma sequência de repetições da música “Os oim do meu amor” do grupo pernambucano Cordel do Fogo Encantado. Ainda estão presentes Naná Vasconcelos e músicas de fusão com ritmos cubanos e brasileiros. Essa seleção é costurada pela batida brasileira do pandeiro. Uma trilha envolvente que interage com a dança provocando uma imersão do espectador.

Iluminação

Do escuro surge uma luz-contra, intensa e a leveza do movimento projetado como sombra chinesa vai introduzindo a forma. Sombra e luz. Preto e branco. A batida do pandeiro dinamizando o gesto que vai se destacando das folhas e flores do cenário e figurinos. Uma luz que a tudo integra e expõe as particularidades, trazendo os bailarinos para o primeiro plano e integrando-os ao cenário. As pequenas variações de cores e texturas vão pontuando o desenrolar da dança e marcando as mudanças de clima. O design da luz, assinado por Maurício Moura, é mais uma evidência da integração da equipe e da visão única da estética sugerida.

Depoimentos

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